terça-feira, 26 de outubro de 2010

Candidatos concentram campanha em Minas

Dilma e Serra programam atos políticos no estado de maior colégio eleitoral do País esta semana. PSDB tenta convencer eleitores por telefone e PT vai apelar para diálogo.


Brasília - Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do País, com mais de 14,5 milhões de eleitores, e será palco de disputa acirrada entre as campanhas do PT e do PSDB à Presidência, nestes dias que antecedem a eleição do domingo. Na quinta-feira, o tucano José Serra estará em Montes Claros, Norte do estado, região mineira onde teve seu pior desempenho no primeiro turno, com 21% dos votos. Dilma também está programando uma visita à cidade, mas para consolidar sua vantagem lá, onde obteve 65% dos votos.

Também quinta, Serra visita Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram comício semana passada. O sábado promete ser quente: ambos os candidatos planejam encerrar suas campanhas em Belo Horizonte.

A intenção do PSDB é colar mais a imagem de Serra à do ex-governador e senador eleito Aécio Neves. Eleitores estão recebendo telefonemas com uma gravação na voz de Aécio, pedindo votos para o presidenciável. O ex-presidente e senador eleito Itamar Franco (PPS) e o governador eleito Antonio Anastasia também vão gravar. Os três já aparecem em depoimentos nos programas eleitorais de Serra.

“Já mobilizamos nossa base no interior do estado”, afirmou Anastasia.

O governador eleito acredita que o resultado tucano no segundo turno em Minas será de vitória, diferentemente do que aconteceu em 3 de outubro, quando Dilma venceu com cerca de 5 milhões de votos. José Serra teve aproximadamente 3,3 milhões.

A estratégia do PT é “mobilizar frentes para dialogar com os religiosos, a juventude, prefeitos, sindicatos e mulheres”, afirmou Reginaldo Lopes, presidente do PT mineiro e coordenador da campanha de Dilma no estado. Os petistas adotam o discurso de que “Dilma é Minas na Presidência” — a candidata nasceu no estado.

Crítica ao nível da campanha

O candidato do PSDB, José Serra, se comparou a Davi na luta contra Golias ao comentar o segundo turno das eleições. Ele alega que o PT colocou em prática “baixarias e jogo sujo”.

Num encontro com cientistas da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Academia Brasileira Científica, em São Paulo, ele voltou a pedir que os eleitores não viajem no feriadão de Finados. Tucanos temem que a abstenção prejudique suas chances. O candidato prometeu que, se eleito, vai dobrar o investimento em ciência e tecnologia, para 2% do PIB até 2020. O mandato vai até 2014.

Dilma apresenta suas diretrizes

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, apresentou ontem um documento com 13 “compromissos programáticos”. As diretrizes de governo são fruto de “consenso” entre partidos que fazem parte da sua coligação, ‘Para o Brasil seguir mudando’.

“São compromissos programáticos que refletem a força da nossa coligação”, afirmou a candidata.

Os 13 pontos são: fortalecer a democracia política e econômica; expansão do emprego e renda; projeto que assegure sustentável transformação produtiva; defender o meio ambiente; erradicar a pobreza absoluta; atenção especial aos trabalhadores; garantir educação para a igualdade social; transformar o Brasil em potência tecnológica; garantir a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS); prover habitação e vida digna aos brasileiros; valorizar a cultura nacional; combater o crime organizado; defender a soberania nacional.

“São compromissos que fundam nossa governabilidade. São gerais, podem fazer alguma referência a metas, mas têm o sentido de dar diretrizes”, explicou Dilma, admitindo que não foi fácil elaborar o documento. “Não é simples fazer 13 propostas com 11 partidos. Se não tiver muito processo de debate, não sai”.

José Serra (PSDB) desdenhou da iniciativa petista: “É só uma jogada eleitoral. Não tem significado”.

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