
MONTES CLAROS – Uma quadrilha de 12 contrabandistas foi desmantelada no dia 15 nesta cidade, após a operação ‘Cortina de Fumaça’, da Polícia Federal. O grupo agia com extrema sofisticação e era liderado pelo cabo da Polícia Militar, Antônio Evilásio Pereira Ruas, 39 anos, há 21 anos na corporação. Atualmente o policial estava trabalhando em Claro dos Poções.
O bando trazia cigarros do Paraguai e revendia a mercadoria em cidades do Norte de Minas, dentre elas, Rio Pardo de Minas. Para garantir o sucesso das operações praticadas há cerca de dez anos, Cabo Vila, como era conhecido, levou para o crime um irmão, uma irmã e uma cunhada. As investigações duraram nove meses. A operação de ontem contou com cem policiais federais e cumpriu 19 mandados de busca e apreensão. O resultado da ação foi a apreensão de 65 mil maços de cigarro, três armas de fogo, três veículos, cheques e quantidade em dinheiro não revelada. Parte do material apreendido estava no sítio do PM, avaliado em R$ 500 mil.
Os policiais também apreenderam um caderno de anotações que comprova a alta movimentação financeira da quadrilha, que chega a lucrar R$ 1 milhão. O delegado Fernando Antônio Bonhsack disse que a quadrilha ia periodicamente ao país vizinho, efetuava compras da ordem de R$ 200 mil e enchia um caminhão. Cada um dos doze presos tinha uma função específica na quadrilha, que contava com gerente, distribuidores, transportadores e tesoureiros. "Funcionavam como empresa, era uma cadeia de comando. Eram articulados e hierarquizados. Havia até olheiros que davam coordenadas para desviarem da fiscalização", contou o delegado, que chefiou as investigações. "Era a maior quadrilha do segmento aqui no Norte de Minas", completou.
O delegado disse que ainda não há informações sobre os clientes do bando. O que se sabe é que a maioria eram estabelecimentos pequenos. "Eram bares que até vendem cigarro picado", disse o delegado.
Conforme a Polícia Federal, o militar mantinha um estilo de vida que não era condizente com sua renda mensal de aproximadamente R$ 3 mil, o que chamava a atenção de pessoas próximas e, mais ainda, da polícia. Além do sítio avaliado em R$ 500 mil no qual parte do material contrabandeado foi encontrado, o policial costumava se exibir carros caros, como uma caminhonete S10 nova, um Honda Civic e um Pajero. "Agora, ele vai precisar provar que adquiriu esses bens de forma lícita", declarou o delegado Fernando, da Polícia Federal.
O próximo passo das investigações, segundo o delegado, será a realização do levantamento de todos os bens do acusado e o ressarcimento ao erário. "Também iremos pedir bloqueio de todos os bens e das contas bancárias pertencentes a ele", completou o chefe da operação.
Prisão – O cabo Evilásio Ruas está detido no 10º Batalhão da Polícia Militar de Montes Claros. A PM informou que será instaurado um procedimento administrativo para investigar a atuação do militar. Caso as acusações de formação de quadrilha e contrabando sejam comprovadas, Ruas deverá ser expulso da corporação.
Fonte Folha Regional de Taiobeiras
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